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Quem ela é... por Francisco Leal

OLá gente, este mês de maio temos a colaboração de Francisco Leal que escreveu um artigo sobre a mulher e mãe. E deixei esse texto para hoje, por estar mais próximo do dia delas, no domingo. Aproveitem bem a leitura e curtam todos os dias a sua mãe!! É única, o ser mais incrível que já conheci. "Interessante, há algumas semanas, fui à padaria, pleno de alegria, depois de um dia satisfatório e me deparo com uma figura típica da vida de muitos, mas até esse ponto da história absolutamente desconhecida por nós. Afinal, quem é esse ser facilmente reconhecível que está largamente espalhado pelo mundo e tem tão difícil reconhecimento? Ela entra na fila para pagar o pão e eu passo a observá-la, não em um tom de perseguição, mas sim com o objetivo do tão famoso autor espírita Sir Arthur Conan Doyle ,em sua obra “Sherlock Holmes", deduzir. Deduzir quem ela era. Primeiro, percebo que ela está com a cabeça erguida. Levantada, ao alto, não necessariamente condescendente, mas confiante. Esse é o perfume dela, nem a Chanel conseguiria fabricar um perfume perfume tão único, tão belo, tão diferente quanto o dela. O nome do perfume? Confiança nº1, raríssimo de se encontrar, mas cujo frasco preciosíssimo é lapidado durante anos de árduo labor na autoestima pessoal. Mesmo assim, ainda mantenho minhas dúvidas: quem é essa mulher? Ou pelo, menos o que é ela? Ela é linda! Não porque tem um corpo bonito, mas porque sabe valorizar a si mesma. Ela não está cheia de maquiagem no rosto. Ela deixa o mundo saber que a beleza é uma conquista interior e não a cópia de certos padrões. Ela está cansada. Veja suas olheiras, ela deve ter passado a noite acordada. Trabalhando? Não sei, afinal, dormindo é o que não foi! Ela respira fortemente, mas não num tom de quem diz que está impaciente e sim num tom de resiliência. Porque será? Despercebidamente, eu olho para o papel que ela no braço leva e encontro escrito: “DIVÓRCIO”. Nossa quem diria? Uma mulher que exala tanta certeza, divorciando-se? Que cômico. Ela mantém esse ar de resiliência na face, absolutamente contrário ao ar da rebeldia, ela prefere pensar que é melhor ficar intacta com o balanço do mar do que tentar destruí-lo em si. A fila anda e anda e ela vai se aproximando cada vez mais do balcão. E aí, percebo algo nela. Ela é estilosa. Suas roupas não devem ter custado mais que duzentos reais. Porém, a forma que ela as combinou deixou o look belíssimo. O casaco, a calça longa e o par de sapatos-altos que ela usa denunciam que se trata de um feminino que é dono de si. Um feminino que se conhece, que sabe o que quer, um feminino justo e moderador de suas vontades, respeitando os outros para evitar que seu salto pisoteie os que estão ao chão. Assim, diz o moço que está no caixa: “Próximo”. Ela caminha até ele e põe suas compras para serem pagas. E então, fala: “Moço, se importaria de colocar aquele carrinho de brinquedo de seis reais junto com as compras?”. Nossa, um carrinho de brinquedo?. “É para minha filha, ela vai fazer oito anos e já diz que quer se piloto de fórmula 1” – liberou a mulher. A partir daí, as minhas dúvidas foram por água a baixo: ela é uma mãe. Aliás, prefiro chamar esse ser de figura maternal, posto que família não se constrói com sangue e sim com amor, além do fato, de que há novas constituições familiares surgindo e esse ser não pode ser representado por um simples fato genético. Essa figura maternal que existe em bilhões e passa tão despercebida é um dos femininos mais desvalorizados que há neste planeta e que ultrapassa em dedicação todos os outros tipos de femininos. Figuras maternais: fortes, resilientes, seguras, amorosas, firmes, donas de si, estilosas e únicas. Essa é a figura materna atual. É um choque entre a mulher contemporânea e o papel de ser uma das pessoas mais importantes na vida de um indivíduo. Creio eu que talvez o mundo estivesse em, absolutamente, outras condições se decidíssemos ser mais maternais com os outros: os estranhos, os amigos, os inimigos, os parentes, os parceiros e certamente: ser mais maternais com as nossas próprias figuras maternais, mostrá-las que, mesmo nosso amor não chegando aos pés do delas, é tentativa nossa de reconhecê-lo".

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