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Mais cem anos de solidão!

Antes de tudo, quero comunicar-lhes que esse não é um texto comum, e sim uma carta de adeus ao nosso ilustríssimo Gabriel García Márquez (Gabo). Não imaginava que os imortais da Literatura se fossem tão rapidamente. Quando era mais nova, na minha concepção, imortal era aquele cujo vivia para todo o sempre. Realmente, não estava enganada. Ele vive sim nas nossas lembranças e na imaginação de cada leitor. Sua obra vastíssima, diga-se de passagem, conquistou milhões de leitores no mundo, sendo o segundo escritor de língua espanhola mais lido e amado. Sua escrita é gostosa de ler, os personagens muito bem construídos e apresentados dentro do cenário colombiano, mas que poderia se situar em qualquer lugar. Lembro-me do dia que li seu primeiro livro. Estava cursando o quarto ou o quinto semestre de Espanhol. “Crónica de una muerte anunciada” me fez arrepiar até o último instante do suspense dessa estória. Graças a esta obra e a tantas outras, ele conseguiu o Prêmio Nobel (mais que merecido). O protagonista, Santiago Nasar, era a próxima vítima de um atroz assassinato de dois irmãos em busca da “honra” da irmã mais nova. O silêncio reinou em todo o povoado, e o autor aproveitou para fazer uma reflexão acerca do triste desfecho e da fatalidade que assombra a vida dos homens. Em um “Relato de un náufrago” foi escrita baseada em um fato real. Uma reportagem exclusiva com Luis Alejandro Velasco publicada um mês depois de ter sido encontrado, no jornal “El Espectador”, de Bogotá. Velasco esteve dez dias à deriva de uma balsa sem comer e sem beber, após o encontrarem foi proclamado herói da pátria, virou rico pela publicidade e logo perseguido pelo governo. Depois, esquecido para sempre. Os dez dias em alto mar foram contados para Gabo, repórter disfarçado de médico. Tudo em busca de ser o primeiro a noticiar o fato. A ânsia por escrever era tamanha que as mais malucas ideias vinham a sua mente brilhante. Agora, queridos leitores, eu vos pergunto: Quando teremos outro autor destes? Passar-se-ão mais de cem anos de solidão sem ele, e sua obra ficará resguardada para as próximas gerações com a doce ilusão de novos sábios das letras.

Comentários

  1. Escrever sobre mitos dão medo, sobre alguém que por merecimento e reconhecimento ganha um Nobel de Literatura então, assusta, apavora, aterroriza,mas tentemos:gostaria de contar duas histórias que têm como protagonista o senhor Gabo, assim como era carinhosamente chamado o senhor Gabriel. A primeira relata que um senhor achou que deveria ter uma porcentagem da arrecadação do romance "Crônicas de uma morte anunciada", além de aparecer como coautor da história, por ser o inspirador da trama. Depois de algum tempo, idas e vindas dos tribunais, um sábio juiz sentenciou: realmente a obra se baseia em sua historia real, mas o senhor não teria a perspicácia nem a competência para escrevê-la assim como o fez Gabo! A segunda história se passou em 1982, a Colômbia fora convidada para sediar a Copa do Mundo de Futebol, o então recém empossado Presidente Belisario Betancur negou a oportunidade, acrescentando que as prioridades do país eram outras, que não se renderia aos caprichos e exigências da Fifa e seus sócios, e que "García Márquez compensa totalmente o que perdemos em vitrine com o Mundial de Futebol. Estas histórias dão a dimensão do mito e imortal Gabriel García Marques.

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  2. Sabe eu não tive medo. Mas receio se estaria sendo muito pretensiosa de falar de um imortal da Literatura. Mas, encarei como uma carta de uma fã. Fico muito feliz de ter gostado, e obrigada por compartilhar conosco todas essas informações!! Fique a vontade para comentar mais. Até a próxima!

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