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Tête-à-tête com Renê Dinelli, psicólogo educacional, idealizador do Lugar do Sentir e Criador da Sala de Afetos

Boa tarde caros leitores!! Hoje trago para vocês uma entrevista maravilhosa com um excelente profissional. Há muito tempo que queria fazer essa entrevista, e acreditem a ideia surgiu e até a concepção da produção durou quase um mês. Ficamos conversando e amadurecendo os diálogos e parcerias para trazer para vocês um papo, como estivesse na sala de sua casa, tomando aquele cafezinho com pão de queijo. Infelizmente, devido à pandemia, e por morarmos agora em cidades distintas, a entrevista foi feita por meio das redes sociais. As fotos cedidas são do acervo pessoal de Renê Dinelli, o nosso entrevistado, que irão conhecer ou aprofundar um pouco mais sobre seu trabalho,projetos, sonhos e parcerias, e claro, exatamente, como tudo aconteceu!! Neste espaço, será informado o surgimento dos projetos que, hoje em dia, se tornaram tão conhecidos no país, através do sucesso e a procura dos profissionais para participar da sala de afetos, cursos e palestras e quais serão os próximos passos de um futuro breve. As perguntas forma feitas por minha autoria, a criadora do blog nem Firulas Nem Frescuras, Elisiany Leite (EU), e as devidas respostas serão percebidas pela abreviatura do nome de Renê Vieira Dinelli (RNV). Estão ansiosos?? Imagina nós!! O momento demorou, mas não menos aguardando. Vamos lá por essa viagem deliciosa de conhecer o outro e, principalmente, nós mesmos!
EU: 1)Conte -nos um pouco sobre a sua formação profissional. RVD: Sou Renê Vieira Dinelli, psicólogo Educacional, facilitador e psicoterapeuta de grupos (CRP 11/04773). Trabalho com a abordagem centrada nas pessoas e nas relações. Sou idealizador do Lugar do Sentir e criador do Projeto Sala de Afetos, acolhendo professores e educadores e da Campanha OUTUBRO LILÁS: promoção e valorização da saúde mental de profissionais da Educação. Também atuo na Coordenação do FRONT EDUCAÇÃO: Plantão Psicológico com professores e educadores. Tenho pós-graduação em Psicologia Humanista e Existencial e sou Professor convidado em cursos de formação em Psicologia Escolar e Educacional e Saúde Mental. EU: 2) O que te motivou a escolher essa profissão? RVD: Eu sempre estive envolvido em movimentos sociais, comunitários e buscando estratégias coletivas de cuidados, e encontrei na Psicologia uma "terra fértil" para trabalhos em grupos, e o fortalecimento de temas em Saúde Mental em diversos espaços da sociedade. A Psicologia, enquanto, ciência e profissão, construindo espaços seguros de fala e escuta, afirmando acessibilidade em todos os seus campos de atuação. EU: 3) Como teve a ideia de criar o lugar do sentir? RVD: O Lugar do Sentir, nasce da necessidade de criar espaços que rompam com toda e quaisquer formas de violações de direitos e silenciamento de professores e educadores. A docência, no Brasil, passa por contextos históricos de desvalorização, um país que historicamente não valoriza a educação, logo, não cuida de seus educadores. O objetivo central é criar e fortalecer comunidades de acolhimento e aprendizagens significativas entre professores e educadores. E por fim, ser um espaço de atualizações da Psicologia Escolar e Educacional Crítica. EU: 4) Por que você acha que o projeto foi abraçado tão bem pelos professores e gestores? RVD: Há muitas iniciativas e projetos pelas comunidades escolares pelo brasil afora que focam as suas ações na Saúde Mental dos estudantes, valorizando competências e habilidades apenas desse público, esquecendo de olhar para todos esses temas com professores e gestores. Seja via Secretarias Estaduais e SEcretaria Municipais de Educação, ou por ações da sociedade civil organizada. O foco, raramente, está na escuta e acolhimento dos docentes, talvez por isso, há essa adesão e, forma de abraço nas propostas e projetos realizados pelo Lugar do Sentir. EU: 5) Como se dá as parcerias para LIVES, palestras e cursos? RVD: Existe tanto da minha parte, convidando pessoas e instituições que estão ligadas aos campos de atuação da Psicologia e Educação Crítica, propondo diálogos que fortaleçam as experiências de professores e educadores, bem como, convites que recebo seja para LIVES, palestras, cursos e outras iniciativas que valorizem histórias de educadores. EU: 6) Quais são os seus próximos projetos? RVD: Estou, nesse momento, focado na mobilização da Campanha Outubro Lilás: campanha de valorização e promoção de profissionais da educação, tornar-se Lei Federal, dentre outros projetos de ordem presencial, com o retorno seguro e com as questões de biossegurança garantidas. EU: 7) O que ainda deseja realizar que por falta de tempo ou outro motivo não colocou em prática? RVD: Todo o projeto Lugar do Sentir no formato presencial, em especial, o Serviço FRONT EDUCAÇÃO: Plantão Psicológico com professores e educadores. E ainda, está nos planos aqui sistematizar em formato de livro toda a experiência. EU: 8) Quais são as pessoas que mais te inspiram a continuar no rumo do cuidar de pessoas? RVD: Tenho muitas referências que me acompanham e fortalecem a minha caminhada: minhas mestras e meus mestres, Paulo Freire, Carl Rogers, Conceição Evaristo, Rubem Alves, Antônio Nóvoa, Bell Hooks, Brené Brown, Nise da Silveira, Emília Ferreiro, Rachel Rosenberg e tantas outras e outros. EU: 9) No ano do centenário de Paulo Freire como podemos trazer seus ideias e teorias para o contexto contemporâneo? RVD: Em sua obra Pedagogia da autonomia, Paulo Freire traz uma frase que eu levo na minha prática todo os dias: "A decência e a boniteza devem andar de mãos dadas na nossa prática”. Os tempos atuais, pedem cada vez mais a aproximação e a profunda compreensão do seu legado. Professores e educadores com o seu fazer, voltado para a vida e o crescimento. Dentro e fora das salas de aulas, é preciso uma Pedagogia da autonomia, do esperançar, da liberdade, da consciência de classes, da ética, da política, da emancipação, da mudança e da resistência. Enfrentamos hoje, um governo inimigo da educação, anticiência, antivacina, antiprofessores, contra a vida e tudo isso, reflete as experiências de uma comunidade escolar, que enquanto função social, deve estar compromissada em problematizar temas em educação, política, saúde mental e sociedade. Olha quantas informações super interessantes, e com certeza, aguardaremos novidades sobre o livro que eu, pelo menos, irei comprar. Quando souber mais algum fato do livro e noite de autográfos trago para vocês. Foi um grande prazer em tê-lo aqui conosco, agradeço pela oportunidade de divulgar o belíssimo trabalho que desempenha. Os mestres que o inspiraram ou inspiram muitos deles também compartilho, como Paulo Freire, Carl Roges e Emília Ferreiro que influenciam no nosso agir tanto pessoal como profissional, porque suas obras falam dentro e fora de nós. E não se pode fugir da essência, e quem realmente somos. Cada um de nós temos uma missão nessa vida. Que missão Renê Dinelli! Venham muitos anos de vida e de caminhada nessa jornada!

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