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A linha tênue entre o desejo e o prazer...

Oi Pessoal! Há bastante tempo sentia a necessidade de abordar esse tema, principalmente, pelo viés da psicologia e da observação das relações humanas de hoje. Tratar essa linha Tênue e diferenciar vai nos ajudar a compreender o que nós sentimos, vivenciamos e vemos e saber o que nos faz bem ou não. Para Freud, o psicanalista, o desejo é algo inconsciente. Essa palavra, no vocábulo alemão, Wunsch, cuja tradução é anelo, aspiração. Pode ser definido como um movimento em direção pela vivência de satisfação ou uma necessidade. Já Lacan escolhe outro vocabulário, Begierde, que significa cobiça, anseio, desejo. Na visão dele, o conceito fundamental do desejo do homem é o desejo do outro. Desse modo, pode ser construído socialmente ser também desconstruído. O desejo é considerado insaciável, nunca se farta após alcançar o seu objetivo. Por exemplo, uma pessoa deseja ter uma vida profissional de sucesso, ela antes precisa passar no ENEM, depois que entrar na universidade é concluir o curso, ou conseguir um bom emprego ou passar no concurso entre outros. Então, mesmo alcançado o objetivo, nunca ela parará de desejar e ir em frente, com planos, sonhos e projeto, o que nos faz manter vivos. O desejo é como se fosse um motor que nos leva pra algum caminho. Por muito tempo, o desejo foi associado ao pecado e a nos levar que era algo muito errado. Por isso, já ouviram falar no estado de nirvana? Não ter nenhum desejo. Bem sabemos, que é difícil esse estado, pois é um combustível da vida. Em todas as fases e durante toda nossa vida estamos desejando algo ou alguém. O que nos faz querer está do lado de uma pessoa é o desejo. E ele vai se modificando ao longo do tempo, não é o mesmo do início. Outro exemplo, você, caro leitor, pode se apaixonar por uma pessoa e a desejar por ser bonito (a), e isso te causará um a vontade de estar perto dela, mas ele pode se esvair ou aumentar e assim ser conquistado dia após dia. No livro Quem me roubou de mim? de Padre Fábio de Melo(2009), em um dos capítulos, ele argumenta que , nas paixões contemporâneas, as pessoas se limitam a serem focos de prazer. O prazer é passageiro, mas o desejo não. Quando o outro cumpre apenas e o papel de ser o objeto do meu prazer, eu o reduzo à condição de coisa. Resumindo, o outro foi reduzido à satisfação temporária. “O prazer é poço sem fundo. É círculo vicioso. Cria dependência que nos faz procurar por ele o tempo todo. O desejo, ao contrário, cria permanência, porque acalma. Sabemos onde ele fica. Ele movimenta para novas buscas, mas não desorienta” (2009, pág 99).
O desejo é mais intenso, pertence ao campo dos significados, das realidades que são determinantes. O prazer é mais raso, provisório, por isso é tão pouco realizador. O interessante é ter os dois: desejo e prazer. Precisamos manter a chama do desejo acesa pelo que nos fazem felizes. Por exemplo, quando você conhece alguém precisa que o desejo conserve a dinâmica da conquista. Se não perde o interesse e a relação torna-se vazia. É triste ver pessoas tão lindas e interessantes serem objeto apenas de prazer dos outros, mas não de desejo. Portanto, elas chegam e permanecem por um pouco e logo vão embora. É comum ver famosos tão lindos, às vezes tão infelizes, casam e descasam, porque corpos perfeitos despertam prazeres momentâneos, porém não o desejo de ficar pra sempre. Isso será feito pela conexão emocional em conjunto com a atração física. Espero que tenham visto a diferença entre ambos. E não há nenhum temor em relação ao desejo. O problema é o ato de desejar tornar-se incontrolável. Daí a liberdade transforma-se em libertinagem e aprisiona o ser humano num cativeiro como um escravo. No conceito de Freud, na busca pelo prazer evitaríamos toda dor e sofrimento, para satisfazer todas as necessidades biológicas e psicológicas. É claro que a realidade é bem diferente, pois na vida de escolha há também renúncias que, no momento, sentimos alguma tristeza ou angústia, entretanto lá na frente veremos a recompensa.

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